Querido Caio F ., Olho nos teus olhos impressos na capa deste livro. Eles me contam de um amor profundo à vida. Não um amor de praia sem ondas, calmaria, mas um amor de mar revolto. Neste mar dos teus olhos, eu vejo a sabedoria da impermanência da vida, um medo de que ela seria curta e de que tu não terias todo o tempo que merecias para viver neste plano. Talvez por isso tuas íris tinham cor de plátano, de quem quer viver tudo que merece viver. Olhos vivos de palavras que tinham um desejo profundo de registrar tudo: teus sentimentos, afetos, amores, e até mesmo as pequenas coisas do dia-a-dia. Tu escrevestes cartas para que nenhuma palavra se perdesse e perecesse nas linhas telefônicas. Tenho em mãos um pouco da tua eternidade. Eu me pergunto, vertiginosa, quantas histórias teus olhos escreveram mas as mãos não registraram? Eu te olho e vejo um coração gigante, querendo abraçar o mundo. Um coração que pega o meu pelas mãos e diz: “olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você ta