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Para Caio F.

Querido  Caio   F ., Olho nos teus olhos impressos na capa deste livro. Eles me contam de um amor profundo à vida. Não um amor de praia sem ondas, calmaria, mas um amor de mar revolto. Neste mar dos teus olhos, eu vejo a sabedoria da impermanência da vida, um medo de que ela seria curta e de que tu não terias todo o tempo que merecias para viver neste plano. Talvez por isso tuas íris tinham cor de plátano, de quem quer viver tudo que merece viver. Olhos vivos de palavras que tinham um desejo profundo de registrar tudo: teus sentimentos, afetos, amores, e até mesmo as pequenas coisas do dia-a-dia. Tu escrevestes cartas para que nenhuma palavra se perdesse e perecesse nas linhas telefônicas. Tenho em mãos um pouco da tua eternidade. Eu me pergunto, vertiginosa, quantas histórias teus olhos escreveram mas as mãos não registraram? Eu te olho e vejo um coração gigante, querendo abraçar o mundo. Um coração que pega o meu pelas mãos e diz: “olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você ta

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Foi às 14 horas do quarto dia de fevereiro de mais um ano pandêmico. Tu vestias uma camisa azul, calça preta e chinelos. O canudo era de uma antiga formatura do colégio. Lá fora o tempo estava nublado, com alguns raios de sol que apareceram depois de uma chuva de verão, com ventos e raios. Eu estava na sala, junto com os nossos pais. O Tarzan dormia enquanto te assistíamos pela televisão. Tu estavas no escritório, te formando pelo computador. Diferente de tudo que podíamos imaginar.  Não estávamos sozinhos, muitas pessoas te assistiam pelo youtube, 73 para ser mais exata. Muitas mensagens de amor eram enviadas pelo chat. Tu fostes homenageado com a medalha e diploma de mérito estudantil. Vibramos muito com essa tua conquista, que tu agradeceu com um sorriso tímido no rosto.  Tu fostes o escolhido pela turma para fazer o discurso. Falou da importância de fazer e divulgar a ciência. Contou também desse tempo difícil, em que não foi possível se despedir da vida de graduando e dos amigos q

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Abaixo está o link para se inscrever na newsletter:   Clique aqui para assinar a newsletter A princípio, este vai ser um espaço de compartilhar meus escritos (alguns que vão estar aqui no Blog, e outros não), minhas leituras, e a minha curadoria de afetos. Além de mais um meio de troca e comunicação com pessoas amadas. Eu ainda não sei como vai ser o andamento da news, mas te garanto que eu vou andando. Te convido para andar comigo nessa travessia, que, com sorte, vai nos transformar. Vem comigo, no caminho eu te explico! Um abraço carinhoso,  Bruna Berger Roisenberg 

Livros lidos em 2020

Livros lidos em 2020 ( Em [ 💖] estão todos que eu amei muito, os outros eu só amei. Poucos eu não gostei, mas aprendi com todos). Eu, Elton John Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas - Ruth Manus 💖 A máquina de fazer espanhóis - Valter Hugo Mãe A vida secreta das árvores - Peter Wohlleben Such a fun age - Kiley Reid Educação e libertação - Angela Davis Sobre os ossos dos mortos Olga Tokarczuc Eu sei por que o pássaro canta na gaiola - Maya Angelou  💖 Do Universo à  jabuticaba - Rubem Alves Abc de Fernando Pessoa A bela e a fera - Gabrielle de Villeneuve Nu, de botas - Antonio Prata  💖 Trinta e poucos - Antonio Prata Contos do pássaro encantado - Rubem Alves Teto para dois - Beth O'leary  💖 Pimentas - Rubem Alves Mais forte do que nunca - Brené Brown As mais belas coisas do mundo - Valter Hugo Mãe  💖 A casa dos espíritos - Isabel Allende Um carinho na alma - Bráulio Bessa Anne de Green Gables - L. M. Montgomery Da tranquilidade da alma, da vida retirada e da felicid
Ontem a Ana Holanda começou em seu perfil no Instagram (@anaholandaoficial) uma série de vídeos que nos convidam a escrever cartas. Cartas à mão. A primeira proposta foi escrever uma carta para nós mesmos. Transcrevo aqui minha carta: Querida Bruna, Te escrevo hoje à mão, que é para descobrir o ritmo da minha letra. Também, para experimentar o tempo em que meu corpo leva para traduzir os pensamentos em movimentos. Essa última frase mudou pelo menos 3 vezes na minha cabeça enquanto eu escrevia. Esta também. Te escrevo hoje à caneta, que é para sentir a permanência das minhas ações. No digital é possível apagar e escrever 1000x. Aqui não. Tomo mais cuidado com o que vou escrever. E os erros não se apagam. Ficam aqui, registrados em rasuras. Que metáfora para a vida, né? Já está escrito permanentemente neste papel. E não volta mais. A vida não tem "backspace". Sabe, Bruna, eu sinto que isto é tão importante. Valoriza os momentos vividos, que não têm volta. Minha querida, vive me

Querida Clarice,

Querida Clarice, que festança que foi o dia de hoje dia de celebrar os teus anos de existência cem anos sim, você continua viva nas palavras-presentes que você nos deixou nos arrepios que você ainda causa nas inspirações que você provoca nos sentimentos que você espalha ainda me pergunto, como pode alguém que não me conheceu me conhecer tão bem e quanto mais eu te conheço melhor eu me conheço como me alegra celebrar teu dia com tantas pessoas que também te amam e te admiram ver a força das tuas palavras sendo semeadas por aí você é semente de possibilidades e as tuas palavras me florescem receba meu abraço aonde você estiver (e você está em todas nós) Por Bruna Berger Roisenberg